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Resumos retirado do http://renato-veloso.blogspot.com/2011_08_01_archive.html
Recomendo o blog do Professor Renato Veloso

IDENTIDADE - Castells

CASTELLS, M. “A construção da identidade”. In O poder da identidade. São Paulo: Paz e terra, 1999.


IDENTIDADE – fonte de significado e experiência de um povo.

Processo de construção de significado; conjunto de atributos culturais inter-relacionados.

Identidades múltiplas; pluralidade; tensão; contradição.

Identidade – fontes de significado para os próprios atores, por eles originadas, e construídas por meio de um processo de individuação; processo de autoconstrução e individuação.

Toda e qualquer identidade é construída; principal questão: como, a partir de quê, por quê e para quem essa construção acontece.

A construção de identidades vale-se da matéria-prima fornecida pela história, geografia, biologia, instituições produtivas e reprodutivas, pela memória coletiva e por fantasias pessoais, pelos aparatos de poder e revelações de cunho religioso. Porém, todos esses materiais são processados pelos indivíduos, grupos sociais e sociedades, que reorganizam seu significado em função de tendências sociais e projetos culturais enraizados em sua estrutura social, bem como em sua visão de tempo e espaço.


TRÊS FORMAS DE CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES:

Identidade legitimadora: introduzida pelas instituições dominantes da sociedade no intuito de expandir e racionalizar sua dominação em relação aos atores sociais.

Identidade de resistência: criada por atores que se encontram em posições/condições desvalorizadas e/ou estigmatizadas pela lógica da dominação, construindo, assim, trincheiras de resistência e sobrevivência com base em princípios diferentes dos que permeiam as instituições da sociedade, ou mesmo opostos a estes últimos.

Identidade de projeto: quando os atores sociais, utilizando-se de qualquer tipo de material cultural ao seu alcance, constroem uma nova identidade capaz de redefinir sua posição na sociedade e, ao fazê-lo de buscar a transformação de toda a estrutura social. Exemplo: feminismo, que abandona as trincheiras da resistência para fazer frente ao patriarcalismo.


Identidades que começam como resistência podem acabar resultando em projetos, ou tornarem-se dominantes, transformando-se em legitimadoras.

Nenhuma identidade pode constituir uma essência e nenhuma delas encerra valor progressista ou retrógrado se estiver fora de seu contexto histórico.

Identidade destinada à resistência pode ser o tipo mais importante de construção de identidade em nossa sociedade. Dá origem a formas de resistência coletiva diante de uma opressão que, do contrário não seria suportável. Construção de uma identidade defensiva, revertendo julgamento de valores, e ao mesmo tempo reforçando os limites da resistência.

A identidade de projeto produz sujeitos. Sujeitos não são indivíduos. São o ator social coletivo pelo qual indivíduos atingem determinado significado.

FUNDAMENTOS III - NETTO. DITADURA E SS

NETTO. J. P. Ditadura e Serviço Social. São Paulo, Cortez, 1991 (capítulo 2).

Vínculo entre a autocracia burguesa e a renovação do Serviço Social

Erosão e deslegitimação do Serviço Social tradicional.

· traços mais subalternos do exercício profissional
· estrato de executores de políticas sociais

SERVIÇO SOCIAL TRADICIONAL: “prática empirista, reiterativa, paliativa e burocratizada, parametrada por uma ética liberal-burguesa e cuja teleologia consiste na correção – desde um ponto de vista claramente funcionalista – de resultados psicossociais consideradosnegativos ou indesejáveis, sendo pressuposta a ordenação capitalista da vida como um dado factual ineliminável”.

Reformulação do Serviço Social
Condições novas: reorganização do Estado, modificações profundas na sociedade.

Impactos sobre a prática e a formação profissionais.

Mercado nacional de trabalho, macroscópico e consolidado.

· Reorganização do Estado
· Processo de desenvolvimento
· Reequacionamento a malha organizacional
· Reformulação organizacional e funcional
· Complexificação dos aparatos em que se inseriam os profissionais
· Diferenciação e uma especialização das atividades dos AS

Mercado nacional de trabalho: Estado, médias e grandes empresas

Crescimento industrial (Serviço Social de empresa)

Elenco mais amplo das políticas sociais. Novo padrão de exigências para o desempenho profissional. Alterações no relacionamento dos profissionais com:

· as instâncias hierárquicas
· as fontes dos seus recursos
· os outros profissionais com que concorriam
· os seus usuários.

Integrar o conjunto de procedimentos administrativos “modernos”

Efeito global dessas exigências: erosão do Serviço Social tradicional

Dimensionamento técnico-racional: mudou o perfil do profissional

Profissional “moderno” - profunda rotação na formação dos AS

Refuncionalização da formação: confessionalismo, paroquialismo e provincialismo.

O SERVIÇO SOCIAL INGRESSA COM ISSO, NO CIRCUITO DA UNIVERSIDADE

Influxo da sociologia, da psicologia social e da antropologia.

Ausência de fortes tradições intelectuais e de investigação na formação profissional.

Viés tecnocrático e asséptico das disciplinas sociais na universidade da ditadura.

Primeira metade de 60: carecia de elaboração teórica significativa

LAICIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

Possibilidade de alternativas ao exercício profissional demandadas pela DM

RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL: conjunto de características novas; rearranjo de suas tradições; assunção das contribuições das tendências do pensamento social contemporâneo; legitimação prática, através de respostas a demandas sociais; validação teórica, mediante a remissão às teorias e disciplinas sociais.

Construção de um pluralismo profissional.

Validação teórica da profissão: conquista de um espaço na interlocução com os problemas e as disciplinas das ciências sociais.

Referência a um repertório de problemas e a um arsenal heurístico mais amplos. Recepção crescente a núcleos temáticos do processo cultural contemporâneo da sociedade brasileira.

Nós mais decisivos do processo de Renovação do Serviço Social:

· instauração do pluralismo teórico, ideológico e político no marco profissional;
· crescente diferenciação das concepções profissionais, derivada do recurso diversificado a matrizes teórico-metodológicas alternativas;
· sintonia da polêmica teórico-metodológica profissional com as discussões em curso no conjunto das ciências sociais - interlocução acadêmica e cultural que tenta cortar a subalternidade intelectual - funções meramente executivas;
· constituição de segmentos de vanguarda, sobretudo mas não exclusivamente inseridos na vida acadêmica, voltados para a investigação e a pesquisa.

Conseqüências: incidência, no mundo mental do assistente social, de disciplinas sociais que sensibilizam o profissional para problemáticas macrossociais; inserção do AS em equipes multiprofissionais nas quais o seu estatuto não estava previamente definido como subalterno.

Três elementos relevantes para detectar a erosão do Serviço Social Tradicional:

· dissintonia com as solicitações contemporâneas
· insuficiência da formação profissional
· subalternidade executiva

Rebatimento profissional:

· amadurecimento de setores da categoria profissional, na sua relação com outros protagonistas e outras instâncias
· desgarramento de segmentos da Igreja católica em face do seu conservantismo tradicional;
· espraiar do movimento estudantil, que faz seu ingresso nas escolas de Serviço Social;
· referencial próprio de parte significativa das ciências sociais - dimensões críticas e populares.

Resultante: de uma parte, crítica a práticas e representações tradicionais; de outra, diferenciações no interior das práticas e representações que se reclamavam conectadas às novas exigências – precisamente aquelas que se prendiam ao Desenvolvimento de Comunidade.

Vislumbra-se, no início dos anos 60:

· visível desprestígio do Serviço Social tradicional
· crescente valorização da intervenção no plano comunitário

Três vertentes profissionais:

1. extrapola para o Desenvolvimento de comunidade os procedimentos e as representações tradicionais, apenas alterando o âmbito de sua intervenção;

2. pensa o Desenvolvimento de Comunidade numa perspectiva macrossocietária, supondo mudanças socioeconômicas estruturais, mas sempre no bojo do ordenamento capitalista;

3. pensa o Desenvolvimento de comunidade como instrumento de um processo de transformação social substantiva, conectado à libertação social das classes e camadas subalternas.

Esse processo foi abortado pelo golpe militar.

Autocracia burguesa: neutralização dos protagonistas sociopolíticos comprometidos com a democratização da sociedade e do Estado; corte dos suportes que poderiam dar um encaminhamento crítico e progressista à crise em andamento no Serviço Social tradicional; por outro lado, precipitou esta mesma crise.

A EROSÃO DO SERVIÇO SOCIAL TRADICIONAL NA AMÉRICA LATINA

A crise do Serviço Social tradicional - anos 60 - fenômeno internacional; contestação de práticas profissionais - Três vetores:

· revisão crítica que se processa na fronteira das ciências sociais.
· deslocamento sociopolítico de outras instituições: as Igrejas
· movimento estudantil: contestação nas agências de formação.

Expressão mais importante desse processo erosivo: América Latina, a partir de 65 – o chamado movimento de reconceptualização (ou reconceituação) do Serviço Social.

Reconceituação - parte integrante do processo internacional de erosão do Serviço Social tradicional; a ruptura com o Serviço Social tradicional se inscreve na dinâmica de rompimento das amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformações da estrutura capitalista excludente, concentradora, exploradora; intimamente vinculada ao circuito sociopolítico latino-americano da década de 60: funcionalidade profissional na superação do subdesenvolvimento.

É esse movimento, localizável praticamente em todos os países ao sul do Rio Grande, que permite uma espécie de grande união profissional que abre a via a uma renovação do Serviço Social. Num prazo muito curto, porém, aquela grande união objetivamente se esfarinha. Concorrem para isso duas ordens de causas:

· As ditaduras burguesas não deixaram vingar as propostas de ultrapassagem do subdesenvolvimento;

· Posições e projeções distintas na crítica ao Serviço Social tradicional: um pólo investia num aggiornamento do Serviço Social e outro tencionava uma ruptura com o passado profissional.

Movimento de reconceituação - se exaure por volta de 75 - heterogeneidade – ilusão de unidade - relação com a tradição marxista - manuais de divulgação de qualidade discutível, contaminação neopositivista, pouca presença do pensamento de inspiração marxiana; bases para pensar a profissão sob o marxismo; interlocução entre o Serviço Social e a tradição marxista.


DIREÇÕES DA RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL

Três momentos: segunda metade dos anos 60; segunda metade dos anos 70; abertura dos anos 80. Três direções principais.

Primeira: PERSPECTIVA MODERNIZADORA; adequar o Serviço Social, enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a ser operacionalizado no marco de estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências postas pelos processos sociopolíticos emergentes no pós-64; auge de sua formulação: textos dos seminários de Araxá e Teresópolis.

Nova fundamentação de que se socorre para legitimar o papel e os procedimentos profissionais; aportes extraídos do estrutural-funcionalismo norte-americano; caráter modernizador desta perspectiva: aceita como dado inquestionável a ordem sociopolítica da DM , e procura dotar a profissão de referências e instrumentos capazes de responder às demandas que se apresentam; se reporta a valores e concepções mais tradicionais, não para superá-los ou negá-los, mas para inseri-los numa moldura teórica e metodológica menos débil; foi a expressão da renovação profissional adequada à autocracia burguesa; terá sua hegemonia posta em questão a partir de meados dos anos 70, com a crise da autocracia burguesa.

Conteúdo reformista não atende às expectativas do segmento profissional que resiste ao movimento de laicização ocorrente e se recusa a romper com o estatuto e a funcionalidade subalternos historicamente assumidos pela profissão. Seu traço conservador e sua colagem à ditadura incompatibilizam-na com os segmentos profissionais críticos.

Segundo lustro da década de 70: duas outras direções.

Renovação compatível com o segmento do Serviço Social mais impermeável às mudanças: PERSPECTIVA DE REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO; recupera a herança histórica e conservadora da profissão e os repõe sobre uma base teórico-metodológica que se aclama nova, repudiando, simultaneamente, os padrões mais nitidamente vinculados à tradição positivista e às referências conectadas ao pensamento crítico-dialético, de raiz marxiana. Intervenção microscópica, visão de mundo derivada do pensamento católico tradicional. Utiliza-se da fenomenologia; beneficia-se de um acúmulo de expectativas, referentes ao exercício do Serviço Social fundado no circuito da ajuda psicossocial.

Terceira direção: perspectiva que se propõe como INTENÇÃO DE RUPTURA com o Serviço Social tradicional. Crítica sistemática ao desempenho tradicional e aos seus suportes teóricos, metodológicos e ideológicos. Resgate crítico de tendências que supunham rupturas político-sociais de porte para adequar as respostas profissionais às demandas estruturais do desenvolvimento brasileiro. Recorre progressivamente à tradição marxista e revela as dificuldades da sua afirmação no marco sociopolítico da autocracia burguesa.

Oposição ao tradicionalismo do Serviço Social. Flagrante hiato entre a intenção de romper com o passado conservador do Serviço Social e os indicativos prático-profissionais para consumá-la.

Algumas características da PERSPECTIVA MODERNIZADORA:

· Preocupação com a problemática do desenvolvimento
· A relação subdesenvolvimento/desenvolvimento - um continuum
· Concepção teórica: estrutural-funcionalismo
· Concepção ideológica: reformismo conservador de viés desenvolvimentista
· Seminário de Araxá em 1967
· Seminário de Teresópolis em 1970
· Seminário de Sumaré em 1978
· Seminário do Alto da Boa Vista em 1984

Algumas características da REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO:

· Subordinação às exigências da modernização conservadora
· Valorização da elaboração teórica
· Crítica à herança positivista e utilização da fenomenologia
· Ajuda psicossocial (viés psicologizante)
· Dissolução das determinações de classe nos processos societários
· Centralização nas dinâmicas individuais e recuperação de valores tradicionais
· Duplo combate: tendências da modernização; incidências da tradição marxista
· Intervenção em nível de microatuação

Algumas características da INTENÇÃO DE RUPTURA:

· Caráter de oposição ao regime autocrático burguês
· Cresce com a crise da autocracia burguesa
· depende de liberdades democráticas para avançar no seu processamento.
· Vinculação estreita com universidade
· bases sociopolíticas: democratização; movimento das classes exploradas
· elementos fundamentais: método BH; reflexão de Iamamoto (1982).

Método BH: proposição global de alternativa ao tradicionalismo, inaugurou – enquanto formulação de um projeto profissional que, respondendo à particularidade da conjuntura brasileira, estava sintonizado com as vanguardas renovadoras mais críticas da América Latina – a perspectiva da intenção de ruptura enfrentando as questões mais candentes da configuração teórica, ideológica e operativa que constituem uma profissionalidade como a do Serviço Social.

Iamamoto: compreender o significado social do exercício profissional em suas conexões com a produção e reprodução das relações sociais na formação social vigente na sociedade brasileira. Serviço Social inserido na dinâmica capitalista, à luz de uma inspiração teórico-metodológica haurida direta e legitimamente na fonte marxista. Com ela, as problemáticas internas da profissão encontram a base para um equacionamento novo e concreto; situa histórica e sistematicamente as questões de teoria, método, objeto e objetivos profissionais no âmbito que lhes é precípuo: o da profissionalidade que se constrói nos espaços da divisão sociotécnica do trabalho, tencionados pelo rebatimento das lutas de classes. Com a elaboração de Iamamoto, a vertente intenção de ruptura se consolida no plano teórico-crítico.

FUNDAMENTOS III - IAMAMOTO - UNIDADE I

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IAMAMOTO, Marilda Vilela e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. São Paulo: Cortez, 1982 (parte 1, cap. 2).


O QUE É O SERVIÇO SOCIAL?

Protoformas x Profissão

SERVIÇO SOCIAL --> REPRODUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS

SIGNIFICADO SOCIAL DA PROFISSÃO NA SOCIEDADE CAPITALISTA

REPRODUÇÃO DA TOTALIDADE DO PROCESSO SOCIAL

A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL --> INTERESSE DE CLASSES

Participa tanto dos mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo e pela mesma atividade, da resposta às necessidades de sobrevivência da classes trabalhadora e da reprodução do antagonismo nesses interesses sociais, reforçando as contradições que constituem o móvel básico da história.

SERVIÇO SOCIAL --> DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

pano de fundo --> desenvolvimento capitalista industrial e expansão urbana

“questão social” è a base de justificação do Serviço Social

A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação no cotidiano da vida social, da contradição entre proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão.

Estado --> um dos maiores empregadores de Assistentes Sociais no Brasil.

Serviço Social --> vinculado a iniciativas da Igreja

Assistente social --> intelectual.

organizador, dirigente e técnico; coloca sua capacidade a serviço da criação de condições favoráveis à organização da própria classe a que se encontra vinculado.

Instrumento básico --> linguagem


Serviços sociais --> expressão de conquistas da classe trabalhadora


Serviço Social --> atividade auxiliar e subsidiária no exercício do controle social e na difusão da ideologia da classe dominante junto à classe trabalhadora.


Criação de condições favorecedoras da reprodução da força de trabalho, através da mediação dos serviços sociais, previstos e regulados pela política social do Estado, que constituem o suporte material de uma ação de cunho educativo, exercido por esses agentes profissionais.

ASSISTENTE SOCIAL
INTERESSES DO CAPITAL
X
INTERESSES DOS TRABALHADORES



Instrumento auxiliar e subsidiário --> organização social vigente.


Ação do AS: ação global de cunho sócio-educativo ou socializadora, voltada para mudanças na maneira de ser, de sentir, de ver e agir dos indivíduos, que busca a adesão dos sujeitos.

O AS atua no campo social a partir de aspectos particulares da situação de vida da classe trabalhadora, relativos a saúde, moradia etc. É a partir dessas expressões concretas das relações sociais no cotidiano da vida dos indivíduos e grupos que o profissional efetiva sua intervenção.


O AS pode limitar-se a responder às demandas do empregador, confirmando-lhe sua adesão, ou lançar-se no esforço coletivo junto à categoria, aliada aos demais profissionais e aos setores populares, de propor e efetivar uma direção alternativa àquela proposta pelos setores dominantes parta a intervenção técnica.

Busca de fundamentos científicos mais sólidos que orientem a atuação, ultrapassando a mera atividade técnica.

PROGRAMA FUNDAMENTOS III

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Ementa: Recuperação da crítica reconceituada na crise da ditadura. Diferenciação, pluralismo e luta pela hegemonia na formação e na categoria profissional. O debate profissional nos anos 80: a questão da Metodologia, a temática dos movimentos sociais, das políticas sociais e da cidadania. A produção de conhecimentos profissionais nos anos 80. A agenda contemporânea do Serviço Social. O debate profissional na década de 90.

Objetivo: proporcionar ao aluno o conhecimento dos pressupostos fundamentais que marcaram a historia do Serviço Social a partir dos anos 80 e a agenda contemporânea da profissão marcada pela pressão que exerce a lógica neoliberal.


PROGRAMA

Aula introdutória: apresentação e discussão do Programa.

UNIDADE I – O Serviço Social sob a perspectiva de totalidade
A análise do Serviço Social sob a perspectiva da totalidade; o significado social da profissão na sociedade capitalista; a apreensão da reprodução das relações sociais; o caráter contraditório do exercício profissional.

Textos básicos:

IAMAMOTO, M. V. e CARVALHO, R. “O serviço social no processo de reprodução das relações sociais”. In Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. (10a ed.). São Paulo: Cortez / Lima: CELATS, 1995. Pp. 71-123.

NETTO, J. P. “A emergência do Serviço Social como profissão”. In Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1996, pp: 65-77.

MONTAÑO, Carlos. A Natureza do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2007.

UNIDADE II – O processo de renovação do Serviço Social no Brasil
A superação do Serviço Social tradicional; o movimento de reconceptualização; a renovação do Serviço Social no Brasil; as tendências da renovação profissional

Textos básicos:

NETTO, J. P. “O processo de renovação do Serviço Social”. In Ditadura e Serviço Social. 3a ed. São Paulo: Cortez, 1996, pp: 127-164.

_____. “A crítica conservadora à Reconceituação”. In Serviço Social e Sociedade, n.5. São Paulo: Cortez, 1981.


UNIDADE III – A relação com a tradição marxista
Aproximações e distanciamentos entre Serviço Social e marxismo; vertente conservadora e vertente revolucionária; diferentes abordagens da questão social e da sociedade.
Textos básicos:

IAMAMOTO, M. V. “O Debate Contemporâneo da Reconceituação do Serviço Social: ampliação e aprofundamento do Marxismo”. In: O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 1998.

NETTO, José Paulo. “O Serviço Social e a tradição marxista”. In Serviço Social e Sociedade, no 30. São Paulo: Cortez, 1989.

Texto complementar:

NETTO, José Paulo. O que é o marxismo. São Paulo: Brasiliense, 1994.

UNIDADE IV – Desafios da década de 90 e seus impactos para o Serviço Social
A crítica formal ao marxismo; a disputa pela hegemonia; a vertente neoconservadora; os pressupostos para a análise da profissão na contemporaneidade; a apreensão das novas expressões da questão social; a inserção em processos de trabalho.

Textos básicos:

NETTO, José Paulo. “Transformações societárias e Serviço Social – notas para uma análise prospectiva da profissão no Brasil”. In Serviço Social e Sociedade, no 50. São Paulo: Cortez, 1996.

IAMAMOTO, M. “O Serviço Social na contemporaneidade”. In O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 1998.

UNIDADE V – O projeto Ético-político profissional e a consolidação da perspectiva crítica
Eixos articuladores; valores e princípios fundamentais; elementos que sintetizam o projeto profissional.

Textos básicos:

NETTO, J. P. “A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea”. In Capacitação em Serviço Social e Política Social. Módulo 1 – Brasília: CEAD/ABEPSS/CFESS, 1999.

IAMAMOTO, M. V. “Projeto profissional, espaços ocupacionais e trabalho do assistente social na atualidade”. In Atribuições privativas do(a) assistente social em questão. Brasília: CFESS, 2002.

PROGRAMA IDENTIDADE, CULTURA E SUBJETIVIDADE

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Ementa: Cultura e relações sociais. Identidade e diversidade cultural no Brasil. Processos de construção de subjetividade. Identidades sociais básicas: classe, gênero, etnia. Processos culturais e constituição da identidade profissional. A influência das identidades sociais no exercício profissional.

Objetivo: Apresentar uma discussão acerca dos processos culturais em nossa sociedade e da constituição das identidades sociais, sinalizando suas relações com a construção de subjetividade e com a formação da identidade profissional.

PROGRAMA

Aula introdutória:
Apresentação e discussão do Programa da disciplina.

UNIDADE I – A SUBJETIVIDADE EM QUESTÃO

Identidade e diversidade cultural. Subjetividade e identidade cultural. As relações entre objetividade e subjetividade. A constituição da identidade cultural.

Bibliografia básica:

CASTELLS, Manuel. “A construção da identidade”. In O poder da identidade. São Paulo: Paz e terra, 1999.

HALL, Stuart, A identidade cultural na pós-modernidade. 4a ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 1991.

Bibliografia complementar:

ARANTES, Antônio Augusto. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1980.

UNIDADE II - IDENTIDADE PROFISSIONAL: ASPECTOS RELEVANTES

Principais fatores da identidade profissional. A vida cotidiana como palco da atuação profissional. A importância da subjetividade para o exercício profissional.

Bibliografia básica:

CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. “O conhecimento da vida cotidiana: base necessária à prática social”. In Netto, J. P. e Carvalho, M. C. B. Cotidiano: conhecimento e crítica. 5a ed. São Paulo: Cortez, 2000 (pp. 13-63).

GENTILLI, Raquel. Representações e práticas: identidade e processo de trabalho no Serviço Social . São Paulo: Veras, 1998.

NICACIO, E. “Serviço Social e subjetividade”. In Revista Praia Vermelha. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.

Bibliografia complementar:

NETTO, J. P. “Para a crítica da vida cotidiana”. In NETTO, José Paulo e CARVALHO, Maria do Carmo Brandt. Cotidiano: conhecimento e crítica. 5a edição. São Paulo: Cortez, 2000, pp: 64-93.

UNIDADE III – PROFISSIONAL E USUÁRIO: SUJEITOS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

O assistente social e o usuário como sujeitos. Identidades sociais básicas: classe, gênero, etnia.

Bibliografia básica:

NICACIO, E. “Serviço Social e subjetividade”. In Revista Praia Vermelha. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.

RIBEIRO, Matilde. “As abordagens étnico-raciais no Serviço Social”. In Serviço Social e Sociedade, n. 79. São Paulo, Cortez, 2004 (pp.148-161).

VELOSO, Renato dos Santos. “Gênero e Serviço Social: um diálogo necessário”. In Superando Desafios. Rio de Janeiro: HUPE, 2007, pp. 09-19.

Bibliografia complementar:

FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro. Coleção Polêmicas do Nosso Tempo. São Paulo: Cortez, 1989.

VELOSO, R. “No caminho de uma reflexão sobre Serviço Social e gênero”. In Revista Praia Vermelha. N.4. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.