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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Feliz Natal e um 2013 com muita luz.



Quero agradecer a todos os seguidores e os visitantes desse blog,
 que não é só meu e sim nosso.
Que em 2013 seja tudo de bom.


mensagens de natal para facebook e redes sociais

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

CFESS lança a Agenda 2013 da categoria

 
Publicação aborda a participação de assistentes sociais em movimentos sociais. Exemplares começam a ser vendidos a partir da próxima semana, somente nos CRESS e Seccionais.
          

Agenda 2013 aborda a articulação de assistentes sociais com movimentos sociais (foto: Rafael Werkema)


Sem movimento não há liberdade. Este é o título da Agenda Assistente Social 2013, que começa a ser vendida nos CRESS e Seccionais de Base a partir da próxima semana em todo o Brasil.

A nova edição se concentra na necessária articulação da categoria com os movimentos sociais no cotidiano profissional e reúne depoimentos de assistentes sociais que participam desses movimentos. Além disso, traz dados estatísticos da desigualdade social no Brasil e apresenta também conteúdo poético e sugestões de filmes voltados ao tema central, mantendo sua proposta de ser um espaço de interlocução e formação da categoria.

"As poesias foram devidamente pensadas para aguçar nossa sensibilidade para a reflexão sobre este tempo, em que a violação dos direitos humanos é uma ordem. Os dados apresentados revelam a desigualdade social no Brasil e no mundo. Pela força da poesia e da arte em toda sua profusão criadora, a Agenda Assistente Social 2013 nos convida à reflexão sobre a necessidade histórica de continuarmos, mais do que antes, na luta anticapitalista", diz o texto de contracapa da publicação, que teve seu título retirado da Campanha de Gestão do Conjunto CFESS-CRESS (2011-2014), porque faz um chamado à luta em defesa dos direitos humanos, em defesa da igualdade real na vida cotidiana, da liberdade, da justiça e da diversidade humana.

"Como a nossa própria agenda diz, sem movimento das forças de esquerda, que lutam pela emancipação humana, não há liberdade. Sem movimento de assistentes sociais, em busca de combater preconceitos e discriminação no cotidiano profissional, não há liberdade. Somente em movimento coletivo é que os sujeitos, que lutam no campo da esquerda, podem construir alternativas históricas de liberdade", reforçou a presidente do CFESS e coordenadora da Comissão de Comunicação, Sâmya Ramos.

Como e onde adquirir
A Agenda Assistente Social 2013 está sendo vendida em dois modelos: a convencional ou standard (formato 13x20cm, 382 páginas em papel amarelado, capa dura, marcador de página, porta-documento e espiral); e de bolso (formato 17x8cm, 160 páginas em papel amarelado, capa dura, marcador de página e espiral). O projeto gráfico é exclusivo da publicação, com ilustrações não só nas divisórias, mas em todo o miolo do material, e tem a intenção de dialogar com o tema e provocar reflexões da categoria sobre os movimentos sociais abordados.

Considerando os custos com a produção e a impressão das agendas 2013, o preço das agendas será de:
- R$ 20,00 (vinte reais) para a agenda convencional
- R$ 12,00 (doze reais) para agenda de bolso

A edição é limitada, sendo que foram produzidos 4.500 exemplares do modelo convencional e 2.000 do modelo de bolso.

As agendas serão vendidas somente nos CRESS e Seccionais de base, a partir da próxima semana. Veja aqui a lista dos Regionais e entre em contato com o CRESS mais próximo de você.

Veja mais imagens da Agenda Assistente Social 2013

Em cada divisória, há uma ilustração e um texto abordando determinado movimento social (foto: Rafael Werkema)



O miolo também traz diversas ilustrações que acompanham poesias, sugestões de filmes, dados que refletem a questão social no Brasil e diálogos com a categoria (foto: Rafael Werkema)


A publicação mantém suas funcionalidades para uso diário, como caledários, planejamentos e muito mais (foto: Rafael Werkema)


Conselho Federal de Serviço Social - CFESS
Gestão Tempo de Luta e Resistência – 2011/2014
Comissão de Comunicação


Rafael Werkema - JP/MG 11732Assessor de Comunicaçãocomunicacao@cfess.org.br
 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Novidades do CFESS - Participe do 14º CBAS

 
 
MAILING CFESS

Brasília, 28 de novembro de 2012

Participe do 14º CBAS: site do evento está disponível
Congresso reunirá profissionais e estudantes de todo o Brasil em outubro de 2013
Entre os dias 14 e 18 de outubro de 2013, a cidade paulista de Águas de Lindóia receberá o mais importante evento do serviço social brasileiro. É o 14º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), cujo tema será “Impactos da crise do capital nas políticas sociais e no trabalho do/a assistente social”.

Entre no site do evento e saiba como participar








Começa mais uma edição do Ética em Movimento
Curso ocorre em Florianópolis neste ano
Teve início neste sábado (24) a 11ª edição do curso Ética para Agentes Multiplicadores, do Projeto Ética em Movimento do CFESS. A edição de 2012 ocorre em Florianópolis (SC) e reúne conselheiros/as dos CRESS e Seccionais, assistentes sociais de base, que estarão na capital catarinense até o próximo sábado, 1º de dezembro.

Veja a programação completa







Dia Internacional de Combate à Violência contra as Mulheres
Vamos gritar para dar um basta à discriminação por gênero!
No mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência. Por isso, assistentes sociais em todo o Brasil devem se manifestar e "gritar" contra essa violência, como fez o CFESS no dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Leia a matéria completa divulgada pelo CFESS







Pós-graduação também é alvo da mercantilização

Entidades do Serviço Social Brasileiro, como ABEPSS e CFESS, criticam mestrado profissional. Veja o que mais foi discutido na 13ª edição do ENPESS



Na primeira quinzena de novembro, durante o 13º Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS), promovido pela ABEPSS, docentes, discentes e pesquisadores/as assinaram um manifesto de repúdio a mais uma tentativa de mercantilização e precarização do ensino superior público do país: o mestrado profissional.

Confira como foi o Encontro e entenda a crítica ao mestrado profissional

Autoritarismo e desumanização não resolvem o problema das drogas
Posição foi reafirmada em debate no Seminário Álcool e Outras Drogas, realizado em Brasília
O CFESS participou do seminário “Álcool e Outras Drogas: Um desafio para as (os) Profissionais de Saúde”, que foi realizado pelo Fórum de Conselhos Federais de Profissionais da Área da Saúde (FCFAS), conhecido como Conselhinho, no dia 19 de novembro, na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília (DF)."

Veja a cobertura completa







Com racismo não há liberdade
Veja a mensagem do CFESS pelo Dia da Consciência Negra



No último Dia Nacional da Consciência Negra, o CFESS fez um chamado à categoria profissional para bradar: Com racismo não há liberdade. A frase é uma alusão ao slogan "Sem movimento não há liberdade", da campanha de gestão "No mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência".

Leia a mensagem na íntegra







Desafios da atuação no sistema prisional brasileiro em discussão
Seminário abordou o trabalho interdisciplinar na área
O CFESS também participou do debate no Seminário "A atuação interdisciplinar no sistema prisional brasileiro: desafios e perspectivas", realizado no dia 9 de novembro pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), CFESS, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP/MJ) e Departamento Penitenciário Nacional (Depen/MJ). O evento ocorreu em Brasília (DF), na sede do CFP.

Saiba o que foi discutido






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Conselho Federal de Serviço Social - CFESS
Gestão Tempo de Luta e Resistência – 2011/2014


       Comissão de Comunicação

Diogo Adjuto - JP/DF 7823
Rafael Werkema - JP/MG 11732
Assessoria de Comunicação
comunicacao@cfess.org.br

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL

 


O que é um projeto? Um projeto tem teleologia, indica a direção que uma sociedade, uma categoria constrói para concretizar o que idealizou, o que sonhou e sonha. E por isso podemos diferenciar os projetos societários dos projetos profissionais.

Segundo Netto (1999), os projetos societários aprestam uma imagem de sociedade a ser construída, que reclamam determinados valores para justificá-la e que privilegiam certos meios (materiais e culturais) para concretizá-la. Constituem-se em projetos macroscópicos, para o conjunto da sociedade. São, portanto, projetos de classe.

Os projetos profissionais são coletivos; apresentam a auto-imagem de uma profissão; elegem os valores que a legitimam; delimitam e priorizam seus objetivos e funções; formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para o seu exercício; prescrevem normas para o comportamento dos profissionais; estabelecem as balizas da sua relação com os usuários dos serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais, privadas e públicas; são construídos por um sujeito coletivo – a categoria profissional; e através da sua organização (que envolve os profissionais em atividades, as instituições formadoras, os pesquisadores, os docentes e estudantes da área, seus organismos corporativo e sindicais) que a categoria elabora o seu projeto profissional (NETTO,1999).

O QUE É O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL?

É o nosso projeto profissional que foi construído no contexto histórico de transição dos anos 1970 aos 1980, num processo de redemocratização da sociedade brasileira, recusando o conservadorismo profissional presente no Serviço Social brasileiro. Constata-se o seu amadurecimento na década de 1990, período de profundas transformações societárias que afetam a produção, a economia, a política, o Estado, a cultura, o trabalho, marcadas pelo modelo de acumulação flexível (Harvey) e pelo neoliberalismo.

Condições necessárias para desenvolver e aprofundar o projeto ético-político:

Condição política, que teve na luta pela democracia seu principal rebatimento, onde as aspirações democráticas e populares foram incorporadas e intensificadas pelas vanguardas do Serviço Social.

Espaço legitimado na academia, que permitiu a profissão estabelecer fecunda interlocução com as Ciências Sociais e criar e revelar quadros intelectuais respeitados no conjunto da categoria.

Debate sobre a formação profissional, cujo empenho foi dirigido no sentido de adequá-la às novas condições postas, em um marco democrático da questão social. Em suma, a construção de um novo perfil profissional.

No interior da categoria profissional, modalidades prático-interventivas tradicionais foram ressignificadas e novas áreas e campos de intervenção foram emergindo devido, sobretudo, às conquistas dos direitos cívicos e sociais que acompanharam a restauração democrática na sociedade brasileira (práticas interventivas junto a categorias sociais como criança, adolescente, mulheres, e outras.

ESTRUTURA BÁSICA DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO:

Núcleo: reconhecimento da liberdade como valor central
Ø Compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais
Ø Vincula-se a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social

Dimensão política: se posiciona m favor da eqüidade e da justiça social, na perspectiva da universalização; a ampliação e consolidação da cidadania. Este projeto se reclama radicalmente democrático – socialização da participação política e socialização da riqueza socilmente produzida.

Do ponto de vista profissional: o projeto implica o compromisso com a competência, cuja base é o aprimoramento profissional – preocupação com a (auto) formação permanente e uma constante postura investigativa.

Usuários: o projeto prioriza uma nova relação sistemática com os usuários dos serviços oferecidos – compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população, a publicização dos recursos institucionais e sobretudo, abrir as decisões institucionais à participação dos usuários.

Articulação com os segmentos de outras categorias profissionais que partilhem de propostas similares e com os movimentos que se solidarizam com a luta geral dos trabalhadores.

COMPONENTES QUE MATERIALIZAM O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO:

Dimensão da produção de conhecimento no interior do Serviço Social: é a esfera da sistematização das modalidades práticas da profissão, onde se apresentam os processos reflexivos do fazer profissional.

Dimensão político-organizativo da profissão: fóruns de deliberação e as entidades representativas ( conjunto CFESS/CRESS, ABEPSS e as demais associações político-profissionais, movimento estudantil representado pelo conjunto dos CA’s e DA’s e pela ENESSO). É aqui que são tecidos os traços gerais do projeto, quando são reafirmados (ou não) determinados compromissos e princípios.

Dimensão jurídico-política da profissão: aparato político-jurídico estritamente profissional (Código de Ética Profissional e a Lei de Regulamentação da Profissão – Lei 8.662/93 e as novas Diretrizes Curriculares do MEC; aparato jurídico-político de caráter mais abrangente (conjunto das leis advindas do capítulo da Ordem Social da Constituição Federal de 1988).
 
 

Texto adaptado da Coletânea de Leis – CRESS 17ª Região/ES e do texto de Marcelo Braz Moraes dos Reis (professor da ESS/UFRJ. Conselheiro do CFESS - Gestão 2002-2005/2005-2008, ex-diretor CRESS 7a Região), intitulado “Notas sobre o Projeto Ético Político do Serviço Social”.
 
 
 
 
Fonte: http://cress-es.org.br/projetoetico.htm
 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Reforma Sanitária e o projeto ético-político do Serviço Social: elementos para o debate

O resumo abaixo, referente a Reforma Sanitária e o marco histórico evolutivo da profissão junto a sua dimensão ética-política no patamar do direito a saúde.
 
 
_______.&MATOS, M. Castro. A Reforma Sanitária e o projeto ético-político do Serviço Social: elementos para o debate. In: BRAVO, M.I.S. et al.(Orgs.). Saúde e Serviço Social. São Paulo: Cortez, Rio de Janeiro: UFRJ,2004, p.25-45.
 
O texto relata a trajetória da Saúde e a sua correlação com o Serviço Social durante cada momento político econômico e social da sociedade brasileira. Que se inicia na década e segue até a atualidade.
 
No primeiro momento os autores relatam o início da política de saúde no Brasil que foi na década de 30 e consolidada de 1945 à 1964 e o surgimento do Serviço Social no Brasil e a sua relação com a saúde e aspectos ideológicos da conjuntura.
 
No período compreendido de 1930 à 1979 tivemos como características essenciais da política de saúde e o serviço social:
 
Política de saúde embasada no setor privado de caráter médica curativa, cheia de burocratização, neste período foi criado o complexo médico-industrial e composto de um atendimento diferenciado à clientela.30 à 45: Surgimento do Serviço Social no Brasil , de influência européia, a saúde já tinha disciplinas incluídas e a área de saúde ainda não era o lócus da maioria dos profissionais.
Tendo como intervenção as campanhas sanitárias, combate endemias e criação dos IAPs, até os anos 60.Devido a expansão capitalista que acarretou necessidades e pós guerra, o Serviço Social recebe a partir de 45 influência norte americana. A área de saúde absorveu muitos profissionais em decorrência do novo conceito de saúde de 48 da OMS onde amplia a abrangência deste e enfoca os aspectos biopsicossocias dos indivíduos, além de ênfases no trabalho em equipe multidisciplinar. “O assistente social enfatizou a prática educativa com intervenção normativa no modo de vida da “clientela” com relação aos hábitos de higiene e saúde, e atuou nos programas prioritários estabelecidos pelas normatizações da política de saúde” (p.29).
Consolidação da Política Nacional de Saúde, esta por sua vez tida como excludente e seletiva por não ser universal.Os assistentes sociais trabalhavam nos hospitais como mediadores entre instituição e população, com a finalidade de viabilizar o acesso aos serviços e benefícios à população usuária. E para tal dispunhas de metodologia como plantão social, triagem, encaminhamento, concessão de benefícios e orientação previdenciária. Ações no âmbito curativo hospitalar e de participação individual. Na dec. de 60 começa a surgir que4stionamentos de alguns assistentes sociais quanto ao conservadorismo da profissão. “ Esse processo de crítica foi abortado pelo golpe militar de 64, com a neutralização dos protagonistas sócio-políticos comprometidos com a democratização da sociedade e do Estado.” (p.31).
Após 64 – “O Estado vai intervir na questão social por meio do binômio repressão-assistência, burocratizando e modernizando a máquina estatal com a finalidade de aumentar o poder de regulação sobre a sociedade, de reduzir as tensões sociais e de conseguir legitimiade para o regime.” (p. 27).Difusão pelo CBCISS da “ perspectiva modernizadora”. O Serviço Social foi adequado às exigências da ditadura com o propósito de ser “integrador no processo de desenvolvimento”, “sedimentando sua ação na prática curativa”, “psicologização das relações sociais”, além da burocracia e na concessão de benefícios.
  • 1974- “ Política de saúde, neste período, enfrentou permanente tensão entre os interesses dos setores estatal e empresarial e a emergência do movimento sanitário”. (p.27).
  • 1974-1979: A categoria se organiza em busca de um novo paradigma à luz da teoria marxista que deste 65 vem debatendo a respeito do Movimento de Reconceituação, todavia ainda orientado pela visão “modernizadora”. Há uma presente abordagem da planificação da saúde, participação em comunidades e o debate do Movimento Sanitário.
 
Na redemocratização política (dec. 80) a sociedade brasileira passa por um reboliço de mobilização política e em específico o movimento na saúde coletiva, além de debates em torno da vertente marxista sobre as políticas sociais e o Estado. Considerado como marco histórico da política de saúde brasileira, a 8º Conferência Nacional de Saúde (1986), onde foram discutidos os aspectos de suma importância de um modelo de saúde, ou seja, uma Reforma Sanitária. Em 1988 é estabelecida a Constituição Cidadã que determina de mais importante é que a Saúde: É um direito de todos e dever do Estado. “E estatuem a integração dos serviços de saúde de forma regionalizada e hierárquica, constituindo um sistema único” (p.33). Além disso, a Saúde é tida com um dos tripés da Seguridade Social que é composta também pela Assistência Social e Previdência Social. O Serviço Social neste cenário de reformulação de saúde, também passa por revisão, do tradicional à renovação. Os autores alegam que neste período, principalmente dentro das Universidades, para o Serviço Social “significa o início da maturidade da tendência atualmente hegemônica na academia e nas entidades representativas da categoria-intenção de ruptura- e, com isso, a interlocução real com a tradição marxista.” (p.34) E apesar dessa vertente de ruptura , há uma lacuna no fazer profissional que repercute até hoje.
 
Chega-se a década de 90 e o que se tem é o modelo político-econômico do neoliberalismo e suas vertentes ideológicas que ferem aos princípios do Movimento de Reforma Sanitária, pois nesta conjuntura o Estado é posto como um garantidor de mínimos “aos que não podem pagar, ficando para o setor privado o atendimento aos cidadãos consumidores”. (p.35-36), ou seja, uma desresponsabilização do Estado aos direitos sociais. E nessa dicotomia entre os projetos de Reforma Sanitária e o Neoliberal, as demandas do Serviço Social também se tornam antagônicas, pois o privatista requisita o assistente social para reforçar a ideologia e manutenção de um assistencialismo, focalização das políticas, aconselhamentos, abordagem individual, etc. Já as demandas do projeto de Reforma Sanitária visa “ democratização de acesso ás unidades e aos serviços de saúde coma realidade, interdisciplinaridade, ênfase nas abordagens grupais, acesso democrático às informações e estímulo à participação cidadã.” (p.36).
 
No final do anos 90 o Serviço Social produziu conhecimentos teóricos a partir da reflexão deste na área de saúde. Foram considerados na academia a Reforma Sanitária e o projeto ético-político e controle social na saúde. Nos conselhos: há poucos trabalhos dos assistentes sociais e participação, mas o CFESS “ na arena da saúde, tal qual nas outras áreas das políticas sociais públicas, possui reconhecimento como entidade que tem como estratégia o fortalecimento da política pública, na perspectiva da democratização do Estado e da sociedade brasileira” (p.38). E através dos trabalhos desenvolvidos nos serviços, Vasconcelos(1999) “concluiu que há uma diferença muito grande entre a intenção e o discurso dos Assistentes Sociais e o trabalho desenvolvido.” (p.39), ou seja, vestem a camisa da instituição por cima dos princípios ético-político da categoria. E fica o desafio “de se consolidar a ruptura com o serviço Social tradicional, para tanto se faz necessário fortalecer o projeto de ““intenção de ruptura””, responsável pela construção do atual projeto ético-político profissional e, em especial, avança-lo para os serviços, para o cotidiano de trabalho do assistente social.” (p.40).
 
Os desafios não param, o governo Lula em seu programa de governo aponta a saúde como um direito de grande importância com ênfase nos princípios da Reforma Sanitária, todavia a estrutura econômica hegemônica (projeto privatista) acaba colidindo com este. “O atual governo ora fortalece o primeiro projeto, ora mantém a focalização e o desfinanciamento, característica do segundo projeto” (p.42).
Os autores consideram dentro do Serviço Social em frente a este contexto. (2004,p.42),
Na saúde, onde esse embate claramente se expressa, a crítica ao projeto hegemônico de profissão passa pela reatualização do discurso da cisão entre o estudo teórico e a intervenção, pela descrença na possibilidade da existência de políticas públicas e, sobretudo, na suposta necessidade da contrição de um saber específico na área de saúde, que caminha tanto para a negação da formação original em Serviço Social como deslancha para um trato exclusivo de estudos na perspectiva da divisão clássica da prática médica.
 
O autores também pontuam que é um problema os assistentes sociais em seus estudos na área de saúde perderem o foco de suas atividades e acabarem exercendo outras atividades que não são identificadas com a profissão. O exercício profissional não pode ser reduzido a “questões subjetivas vividas pelo usuário e nem pela defesa de uma suposta particularidade do trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais nas diferentes especialidades da medicina”(p.43) pelo contrário, este trabalho precisa estar articulado com de projeto de Reforma Sanitária e com o do da profissão e com isto se obterá uma noção das respostas deste profissional frente aos usuários, além de estar unindo forças com outros segmentos que são a favor do SUS. Em suma, “os assistentes sociais estão desafiados a encarar a defesa da democracia, das políticas públicas e a consubstanciar um trabalho – no cotidiano e na articulação com outros sujeitos que partilhem destes princípios- que faça frente ao projeto neoliberal, já que este macula direitos e conquistas defendidos pelos seus fóruns e pela legislações normativas da profissão.” (p.44-45).
 
 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Livro sobre atribuições profissionais ganha edição ampliada

 

Publicação retoma texto de Marilda Iamamoto e recupera debates e conteúdos significativos referentes ao trabalho do/a assistente social



Já está disponível no acervo virtual do CFESS a Edição Ampliada do livro Atribuições Privativas do/a Assistente Social Em Questão. A publicação cumpre a deliberação 10 do eixo Fiscalização Profissional do Relatório Final do 40º Encontro Nacional CFESS-CRESS. O livro também será impresso e enviado para os CRESS fazerem a distribuição para a categoria.

Foram mantidos na íntegra o texto produzido em 2002 pela Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI) do CFESS e o artigo da professora Marilda Iamamoto, intitulado Projeto profissional, espaços ocupacionais e trabalho do/a assistente social na atualidade. A primeira versão da brochura, elaborada dez anos atrás, resultou de um processo de discussão, iniciado em 1998 e intensificado nos Encontros Nacionais CFESS-CRESS de 2000 e 2001, e sua divulgação teve o propósito de provocar novos debates, num claro posicionamento de avançar na sistematização do que havia sido discutido, propondo-se aprofundamentos.

No intervalo entre a publicação de 2002 e a atual, em vários eventos e/ou publicações do Conjunto CFESS-CRESS, fomentou-se o debate sobre as atribuições profissionais, de forma direta ou indireta, sendo este tema também objeto de resoluções publicadas pelo CFESS. A proposta da Edição Ampliada de 2012 é, portanto, retomar o texto da Iamamoto, levando-se em conta a profundidade teórica aliada a uma contextualização histórica da profissão, que permanece válida para analisar as atribuições profissionais no contexto contemporâneo, e recuperar alguns dos conteúdos mais significativos dos últimos debates, demonstrando-se a permanência dos temas relativos às competências e às atribuições profissionais nos debates do Conjunto CFESS-CRESS.

Faça o download da Edição Ampliada Atribuições Privativas do/a Assistente Social Em Questão
 
 
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Violência doméstica

O que é ?

  • Tem medo do temperamento do seu namorado ou da sua namorada?
  • Tem medo da reação dele(a) quando não têm a mesma opinião?
  • Ele(a) constantemente ignora os seus sentimentos?
  • Goza com as coisas que lhe diz?
  • Procura ridicularizá-lo(a) ou fazê-lo(a) sentir-se mal em frente dos seus amigos ou de outras pessoas?
  • Alguma vez ele(a) ameaçou agredi-lo(a)?
  • Alguma vez ele(a) lhe bateu, deu um pontapé, empurrou ou lhe atirou com algum objeto?
  • Não pode estar com os seus amigos e com a sua família porque ele(a) tem ciúmes?
  • Alguma vez foi forçado(a) a ter relações sexuais?
  • Tem medo de dizer "não" quando não quer ter relações sexuais?
  • É forçada(o) a justificar tudo o que faz?
  • Ele(a) está constantemente a ameaçar revelar o vosso relacionamento?
  • Já foi acusada(o) injustamente de estar envolvida ou ter relações sexuais com outras pessoas?
  • Sempre que quer sair tem que lhe pedir autorização?
A presença de um ou mais destes comportamentos, sobretudo utilizados para controlar as outras pessoas, pode significar que é vítima de violência física, psicológica ou sexual no seu relacionamento. A violência doméstica é crime. E a violência exercida entre pessoas do mesmo sexo no seu relacionamento também é violência doméstica.

A violência exercida entre pessoas do mesmo sexo no seu relacionamento também está englobada neste conceito.
Esta definição implica a referência a vários crimes, nomeadamente: o de violência doméstica; o de ameaça; o de coacção; o de difamação; o de injúria; o de subtracção de menor; o de violação de obrigação de alimentos; o de violação; o de abuso sexual; o de homicídio; e outros.

O ciclo de violência

A violência doméstica funciona como um sistema circular – o chamado ciclo da violência doméstica – que apresenta, regra geral, três fases:

1. Fase de aumento da tensão: as tensões quotidianas acumuladas pelo/a agressor/a que este/a não sabe/consegue resolver, criam um ambiente de perigo iminente para a vítima que é, muitas vezes, culpabilizada por tais tensões.
Sob qualquer pretexto o/a agressor/a direcciona todas as suas tensões sobre a vítima. E os pretextos, que podem ser muito simples, são usualmente situações do quotidiano, como exemplo, acusar a vítima de não ter cozinhado ou cozinhado com sal a mais, de ter chegado tarde a casa ou a um encontro, de ter amantes, etc.

2. Fase do ataque violento: o/a agressor/a maltrata, física e psicologicamente a vítima (homem ou mulher), que procura defender-se, esperando que o/a agressor/a pare e não avance com mais violência.
Este ataque pode ser de grande intensidade, podendo a vítima por vezes ficar em estando bastante grave, necessitando de tratamento médico, ao qual o/a agressor/a nem sempre lhe dá acesso imediato.

3. Fase do apaziguamento ou da lua-de-mel: o/a agressor/a, depois da tensão ter sido direccionada sobre a vítima, sob a forma de violência, manifesta-lhe arrependimento e promete que não vai voltar a ser violento/a.
Pode invocar motivos para que a vítima desculpabilize o comportamento violento, como por exemplo, ter corrido mal o dia, ter-se embriagado ou consumido drogas; pode ainda invocar o comportamento da vítima como motivo para o seu descontrolo. Para reforçar o seu pedido de desculpas pode tratá-la(o) com delicadeza e tentar seduzi-la(o), fazendo-a(o) acreditar que, de facto, foi essa a última vez que ele/a se descontrolou.

Este ciclo é vivido pela vítima numa constante de medo, esperança e amor. Medo, em virtude da violência de que é alvo; esperança, porque acredita no arrependimento e nos pedidos de desculpa que têm lugar depois da violência; amor, porque apesar da violência, podem existir momentos positivos no relacionamento.
O ciclo da violência doméstica caracteriza-se pela sua continuidade no tempo, isto é, pela sua repetição sucessiva ao longo de meses ou anos, podendo ser cada vez menores as fases da tensão e de apaziguamento e cada vez maior e mais intensa a fase do ataque violento. Em situações limite, o culminar destes episódios poderá ser o homicídio.


 

Violência contra a Mulher: Não silencie, Denuncie. SOS MULHER- 0800-2812336

 Fonte: CMPM. 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Diretos Humanos e Saúde


Curso

Titulo: Curso de Atualização Falando um pouco de SUS: a expressão de um desejo - 2º semestre.
Período: 02/08, 09/08, 16/08, 23/08 e 30/08
Local: Sala 901, Expansão da Fiocruz
Data: 02/08/2012
Informações Curso de Atualização Falando um pouco de SUS: a expressão de um desejo.


Profº Luis Carlos Fadel de Vasconcellos e Professores convidados.

Data: 02/08, 09/08, 16/08, 23/08 e 30/08- (Quinta- feira)

Horário: 9h ás 13h.

Inscrições Abertas: 02/07/2012 à 30/07/2012


Ementa: -Curso de Atualização Falando um pouco de SUS: a expressão de um desejo. Profº Luis Carlos Fadel de Vasconcellos e Professores convidados. Data: 12/04; 19/04; 26/04; 03/05; e 10/05 - (Quinta- feira) Horário: 9h ás 13h. Inscrições Abertas: 12/03/2012. Ementa: - História da Reforma Sanitária - Doutrina e Concepção - Estrutura - Princípios e Diretrizes - Bases Organizacionais - Base Legal e Normatizadora - Pacto pela Saúde - Políticas Nacionais (Atenção Básica) - Promoção da Saúde - Educação Permanente em Saúde - Saúde Mental e Saúde do Trabalhador



Curso livre e gratuito para estudantes e profissionais das áreas de Direito e Saúde, Líderes comunitários, sindicalistas e etc.

Número de vagas: 50

Endereço: Av. Brasil; Nº 4036; Sala 901; Prédio da expansão. Manguinhos - Rio de Janeiro/RJ

Os interessados deverão solicitar ficha de inscrição através do endereço eletrônico: dihs@ensp.fiocruz.br, para concorrer uma das vagas. Telefone: (21) 3882-9222 ou 3882-9223
Grupo de Direitos Humanos e Saúde Helena Besserman
Endereço: Av. Brasil, 4036 sala 905 – Manguinhos – CEP:21040-361 – Rio de Janeiro – RJ
Telefone: (21)3882-9222/9223 – E-mail: dihs@ensp.fiocruz.br


Esta é uma dica da minha amiga Flávia Karina.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Livro: Serviço Social e Saúde em Versão digital

          
Para aqueles que preferem a versão impressa, a editora Cortez comercializa o livro por R$ 51,00 (Você tbm pode adquiri-lo na Pótere, com desconto!)
Sinopse do Livro (basta clicar no artigo):
Esta Coletânea enfoca a política de saúde e também questões relacionadas a vários temas de importância capital nos dias de hoje, como: seguridade social, políticas sociais e democratização do Estado. Revela-se como uma contribuição fundamental para todos aqueles que querem enfrentar, de forma crítica, os dilemas da formação e do exercício profissional.
1ª Parte: Política Social e Política de Saúde
1_Fundamentos da Política Social
Elaine Rossetti Behring
2. Seguridade Social Brasileira: Desenvolvimento Histórico e Tendências Recentes
Ana Elisabete Mota
3. O Financiamento da Seguridade Social no Brasil no Período 1999 a 2004: Quem Paga a Conta?
Ivanete Boschetti e Evilásio Salvador
4. Democratizar a Gestão das Políticas Sociais – Um Desafio a Ser Enfrentado pela Sociedade Civil
Raquel Raichelis
5. Política de Saúde no Brasil
Maria Inês Souza Bravo
6. Controle Social na Saúde
Maria Valéria Correa
2ª Parte: Serviço Social e Saúde
1. A Construção do Projeto Ético-político do Serviço Social
José Paulo Netto
2. As Dimensões Ético-políticas e Teórico-metodológicas no Serviço Social Contemporâneo
Marilda Villela Iamamoto
3. Projeto Ético-Político do Serviço Social e sua Relação com a Reforma Sanitária: Elementos para o Debate
Maria Inês Souza Bravo e Maurílio Castro de Matos
4. Desafios Atuais do Sistema Único de Saúde – SUS e as Exigências para os Assistentes Sociais
Vera Maria Ribeiro Nogueira e Regina Célia Tamaso Mioto
5. Serviço Social e Práticas Democráticas na Saúde
Ana Maria de Vasconcelos
6. Sistematização, Planejamento e Avaliação das Ações dos Assistentes Sociais no Campo da Saúde
Regina Célia Tamaso Mioto e Vera Maria Ribeiro Nogueira
7. O Trabalho nos Serviços de Saúde e a Inserção dos(as) Assistentes Sociais
Maria Dalva Horácio da Costa
8. A Formação dos Trabalhadores Sociais no Contexto Neoliberal. O Projeto das Residências em Saúde da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora
Ana M. Arreguy Mourão, Ana M. C. Amoroso Lima, Auta I. Stephan-Souza, Leda, M. Leal de Oliveira
3ª Parte: Pesquisa e Sistematização do Trabalho Profissional
1. Orientações Básicas para a Pesquisa
Regina Maria Giffoni Marsiglia
2. Retomando a Temática da “Sistematização da Prática” em Serviço Social

domingo, 22 de abril de 2012

CFESS lança material alusivo ao Dia do/a Assistente Social

A luta pela Educação pública e de qualidade para todos/as é o tema deste ano.
 Baixe as peças e divulgue

Cartaz comemorativo do Dia do/a Assistente Social (arte: Márcia Carnaval)

“Serviço social de olhos abertos para a Educação: ensino público e de qualidade é direito de todos/as”. Este é o tema das comemorações do Dia do/a Assistente Social de 2012, celebrado em 15 de maio. A ideia é fortalecer as lutas do Conjunto CFESS-CRESS em defesa de uma Política de Educação que ofereça ensino público, presencial, laico e de qualidade, em todos os níveis, para todos/as os/as brasileiros/as.

Em maio, os CRESS e Seccionais organizam eventos comemorativos em todas as regiões do país, e os materiais gráficos e audiovisuais são fundamentais para divulgação da data e visibilidade da profissão.

Além das peças normalmente produzidas, como cartaz, marcador de página, adesivo, outdoor e busdoor (mídia em ônibus), enviados para os CRESS e Seccionais fazerem a distribuição e divulgação, a novidade este ano é a criação de um spot para ser veiculado em rádios de todo o Brasil. Além disso, está sendo preparado um VT de 15 segundos, para ser veiculado em televisão aberta.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

RESUMO E QUESTÕES SOBRE O LIVRO POLÍTICA SOCIAL DE ELAINE BEHRING E IVANETE BOSCHETTI,



Política Social e a difícil coexistência entre a universalidade e hegemonia neoliberal


O ambiente social hoje é cada vez mais ideologicamente individualista, consumista e hedonista ao extremo. A tendência geral tem sido a de restrição e redução de direitos, transformando as políticas sociais em compensação em períodos de crises, prevalecendo o trinômio articulado do ideal neoliberal para as políticas sociais: a privatização, a focalização e a descentralização.

A particularidade do Brasil é bastante complexa, onde a heterônoma e o conservadorismo político se combinam para delinear um projeto antidemocrático e antipopular por parte das classes dominantes, a política social, assim, ocupando um papel secundário.

É evidente que o Brasil passa por um processo de “americanização perversa”, sendo aqui temos um estado de mal-estar. Um exemplo de seguridade social universal é o SUS, porem que padece por falta de recursos. A assistência social é a política que mais vem sofrendo para se materializar como política pública.

Algo que torna o processo mais complicado, é o incentivo da burguesia, e consequentemente do Estado, para o fortalecimento do chamado “terceiro setor”, o que significa um retrocesso histórico, reforçando práticas tradicionais e tão conhecidas na sociedade brasileira, como o clientelismo e o favor


Fundo público e política social: financiamento e alocação de recursos

A política social como um mecanismo compensatório que não alteram profundamente a estrutura da desigualdades sociais. Recursos que poderiam contribuir para a ampliação do sistema de seguridade social, vem sendo utilizado, principalmente, para gerar o superávit primário.

Assim, um dos grandes vilões do orçamento da Seguridade Social e das contas públicas em geral, no contexto brasileiro, é justamente esse mecanismo do superávit primário, que foi instituído após o acordo com o FMI, em 1998, tornando assim cada vez mais o Estado mínimo para o social e máximo para o capital. O Brasil em 2005 pagou quatro vezes mais dívidas do que o que foi gasto na saúde, e dez vezes mais do que os recursos aplicados na assistência social, e mesmo num governo que se diz de centro-esquerda hoje, a situação não mudou.

A cada dia, o limite do capital é o próprio capital, e juntamente com a ofensiva neoliberal está sucumbindo a democracia e o sentido de igualdade, que essa sociedade “diz” ter, é um projeto ainda não realizado. Ou seja, a sociedade capitalista cada vez mais é um “banquete dos ricos”, em prol da elite da classe dominante, capturando o Estado, e fazendo da política social uma “coleira” na classe trabalhadora. A burguesia “entrega os anéis para não perderem os dedos”, o que nos mostra que a crítica e teoria de Marx pode ser utilizada ainda hoje.

Paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade".

Ortodoxo - Diz-se que é ortodoxo aquela pessoa que é clássica ou tradicional em suas crenças e idéias, também poderíamos entender, forçando um pouco a barra, como conservador. Quanto à ortodoxia é exatamente a atitude da pessoa que se detém nos princípios rígidos de uma doutrina conservadora. Para ilustrar a sua idéia, ortodoxia se opõe a ortopráxis. A ortodoxia seria a conservação de doutrinas e a ortopráxis se detém nas práticas inovadoras.

O hedonista, vem do grego hedoné, que significa prazer. Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral. O Hedonismo é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. O hedonismo filosófico moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.

O significado do termo em linguagem comum, bastante diverso do significado original, surgiu no iluminismo e designa uma atitude de vida voltada para a busca egoísta de prazeres materiais. Com esse sentido, "hedonismo" é usado de maneira pejorativa, visto normalmente como sinal de decadência.


Filantropia: Os donativos a organizacional humanitárias, pessoas, comunidades, ou o trabalho para ajudar os demais, direta ou través de organizações não governamentais sem fins lucrativos, assim como o trabalho voluntário para apoiar instituições que têm o propósito específico de ajudar os seres vivos e melhorar as suas vidas, são considerados atos filantrópicos. A filantropia também pode ser vista limitadamente como a ação de doar dinheiro ou outros bens a favor de instituições ou pessoas que desenvolvam atividades de mérito social. É encarada por muitos como uma forma de ajudar e guiar o desenvolvimento e a mudança social, sem recorrer à intervenção estatal,

O superávit primário é o resultado positivo das contas públicas, excluindo a rubrica juros. Esses recursos são usados para o pagamento dos juros e, quando superiores a eles, são usados para a quitação de parte das dívidas. Nesse caso, temos um exemplo de superávit nominal, o que tende a reduzir o montante da dívida pública.

Outorgar: Consentir em; aprovar. Dar, conceder. Conferir (mandato).

Perdulário: Gastador, esbanjador.

Heteronomia: Condição de pessoa ou grupo que recebe de outrem a lei a que se deve submeter.

1- 1. A contra-reforma neoliberal e a política social

As autoras abordam nesse item a contradição da política social no sistema, que de um lado traz o direito, mas de outro reproduz o sistema, e até tem um certo poder de alienação. E também sobre o reformismo e os “revolucionários”. Que o neoliberalismo cada vez mais está ofensivo e dividindo a esquerda, privatizando e desmobilizando de certa forma os movimentos sociais.



2. Política Social e a difícil coexistência entre universalidade e hegemonia neoliberal

As autoras abordam sobre as tendências da política social na sociedade hoje, que cada vez mais tende para a restrição e redução de direitos, e com a ofensiva neoliberal do trinômio de privatização, focalização e descentralização. Abordam também sobre o papel político e econômico do “terceiro setor” ou da “sociedade civil”, fortalecendo o clientelismo e favor.


3. Fundo público e política social: financiamento e alocação de recursos

Nesse item as autoras abordam sobre o caráter compensatório das políticas sociais, que não alteram a estrutura das desigualdades sociais. Abordam algo que é uma vergonha ao nosso país, sobre a cobrança de impostos, onde os trabalhadores pagam o dobro em relação aos proprietários das empresas, reforçando que a elite tende a cada vez ficar mais no topo da sociedade capitalista. E outro tema central que vale destacar é sobre os vilões do Orçamento da Seguridade Social, que é o mecanismo do Superávit primário.

4. Controle democrático na política social

As autoras começam abordando que no Brasil a democracia sempre foi mais exceção que regra, e chegam até a fazer uma crítica espetacular a “falsa democracia”, que nasceu na perspectiva de eliminar o poder invisível, uma máscara nas ações do governo. Outro ponto que vale ressaltar é a colocação do corte nos gastos sociais para o Superávit Primário, e que a democracia, nem ela, poderia ficar imune em tempos de barbárie, até ela está em prol do sistema. E em relação a sociedade brasileira as autoras colocam em ressalva a alienação da sociedade brasileira, com seu romantismo, fé, que deus é brasileiro e que somos o país do futuro, e que pequenas frases como essas virão jargão na boca do povo, que reproduz sem nem saber porque, e que temos um cultura política fortemente antidemocrática, e dos padrões da nossa sociedade, que deve ser bem comportada, seguindo os ditos do conservadorismo, um grande exemplo é o lema da nossa bandeira: ORDEM E PROGRESSO.


5. Expressões da questão social e política social no Brasil

As autoras mostram dados incríveis sobre a desigualdade da nossa sociedade. E mostra algo que as vezes nos esquecemos, que a violência vem de cima. E que a política social no capitalismo monopolista não é capaz de reverter a situação, e que muito menos é a sua função. Porém que é de extrema importância levar as políticas sociais para a agenda de luta da classe trabalhadora e de todos os que tem compromisso com a emancipação política e humana.

2- Para Netto, o Projeto ético-político do Serviço Social brasileiro é um conjunto de

Valores que legitimam socialmente, e priorizam seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem balizas de sua relação com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais (1999:95)

É um processo construído nas últimas três décadas, estando seus valores e pilares definidos no Código de Ética Profissional, na Lei de Regulamentação da Profissão e nas Diretrizes Curriculares aprovadas pela ABEPSS em 1996. E vêm orientando a atuação do Serviço Social na sua formação e no exercício profissional.


3- As autoras Elaine Behring e Ivanete Boschetti são bastante didáticas, claras e objetivas. Por mais que fique em dúvida em uma frase, a próxima te esclarece. Mas tivemos algumas dificuldades de compreensão. Na página 151 diz: “Com essa formulação, ele recusava duas ideias caras ao marxismo-lenismo mais vulgar: a “revolução por etapas” e o “socialismo num só país””. Isso não ficou claro para nós. Outra dúvida foi sobre as Considerações finais, não entendemos bem, o que dificultou em uma resposta mais completa da questão 4. Mas o capítulo 5 é espetacular, muito rico em teorias e esclarecimentos fantásticos, o posicionamento delas é incrível e bem argumentado, sendo o melhor capítulo do livro, que Sá, o melhor texto das autoras.
 

6.1- Quais as tendências da Política Social na lógica neoliberal?


As tendências tem sido a de restrição e redução de direitos, em alguns países – dependendo da correlação de forças entre as classes – como uma mera compensação diante a crise. Prevalecendo assim o trinômio articulado do ideal neoliberal para as políticas sócias: a privatização, a focalização e a descentralização. O que vale ressaltar é a transferência da responsabilidade da Federação para iniciativas privadas. E vale afirmar a triagem que se faz para com os usuários da política social, com uma “discriminação positiva”.

6.2- Quem é um dos grandes vilões do Orçamento da Seguridade social e das contas públicas em geral? 

Levando em conta o contexto do duro ajuste fiscal brasileiro, é o mecanismo do superávit primário, que foi instituído após o acordo com o FMI em 1998. O volume de recursos detidos para a formação do superávit primário tem sido muito maior do que os gastos nas políticas de seguridade social, com exceção da previdência social. Enquanto se acumula com vistas de garantir o capital financeiro as dívidas sociais só aumentam no Brasil. Só em pagamentos de juros de dívidas é 20 vezes maior que os recursos destinados a políticas da assistência social.


6.3- Qual a relação da democracia no capitalismo e principalmente na ideologia neoliberal no Brasil? 

A “democracia” nasceu com a perspectiva de eliminar o poder invisível. Um exemplo claro disso é o corte de gastos sociais em função do superávit primário. E até mesmo a democracia, o governo do povo, não poderia ficar imune, isolada em tempos de barbárie, que é hoje a sociedade capitalista. O que acontece no Brasil, é que a elite da classe dominante bloqueia com eficácia a esfera pública de ações sociais. Fatos que são “mascarados” pela ideologia de sermos uma nação abençoada, do futuro e que Deus é nosso conterrâneo, de Belém do Pará. Transformando nossos problemas em coisas naturais, falando com um português com açúcar, e da produção de leis, mas de não implementação destas. O capitalismo eleva a democracia, mas apenas para obliterá-la. Evoca a noção de liberdade, mas não a pode manter. Dá conforto material a população, para em seguida, acorrentá-la. O fato é que não existe democracia. Pois não é possível existir democracia na ditadura do capital. A primeira mentira que nos contam é que o poder é concedido por nós, uma tentativa barata de jogar a culpa no povo. Já que os governantes escolhidos são de responsabilidade popular, as conseqüências deste regime também o serão. Como o resultado nunca é o esperado, cria-se a ilusão de que na próxima eleição tudo será diferente.

6.4- No texto, fala sobre um termo que Yazbek (1993 e 2000) denomina de refilantropização das políticas sociais, o que isso significa?

É uma precipitada “volta ao passado”, mas sem se esgotar as políticas públicas na forma constitucional. É um reforço e fortalecimento dos esquemas tradicionais de poder, como práticas de clientelismo, nepotismo e favor. Hoje, o sistema capitalista “apela” ao “terceiro setor” ou á “sociedade civil”, ou seja, um retrocesso histórico. O chamado “terceiro setor” nesse sentido, acaba não complementando, mas sendo uma “alternativa eficaz”, poupando os gastos do Estado, para ser injetado mais capital na Economia, e levando em consideração também que muitos “terceiro setor” servem como lavagem de dinheiro ou para status, um primeiro-damismo.
 

6.5- Qual a visão das autoras com relação a Política Social no Capitalismo Monopolista?

Segundo Behring e Boschetti, a política social no contexto do capitalismo maduro é que esta não é capaz de reverter o quadro que esse traz a sociedade, e nem é esta sua função. Porém não significa que temos que abandonar a luta dos trabalhadores para implementação das políticas sociais, pois isso é tarefa dos que tem compromisso com a emancipação humana e política, tendo em vista elevar o padrão de vida das maiorias e suscitar necessidades mais profundas e radicais. E debater a ampliação dos direitos e políticas sociais é fundamental, por que engendra a disputa pelo fundo público e envolve necessidades básicas de milhões de pessoas e impacta nas suas condições de vida e trabalho e implica uma discussão coletiva, socialização da política e organização dos sujeitos políticos.

sábado, 24 de março de 2012

Confira as novidades do site do Conselho Federal de Serviço Social

MAILING CFESS
Brasília, 23 de março de 2012

Em defesa da população em situação de rua

CFESS participa do 1º Congresso do Movimento Nacional da População de Rua e lança manifesto
Nos últimos dias, a mídia brasileira tem noticiado crimes bárbaros contra pessoas em situação de rua pelo Brasil.Este foi um dos temas debatidos no 1º Congresso do Movimento Nacional de População de Rua, realizado em Salvador (BA) nos dias 19, 20 e 21 de março. Com o tema “Protagonizando histórias e garantindo direitos”, o evento contou com cerca de 300 participantes, representando diversos estados brasileiros, sendo a maioria de pessoas em situação ou com trajetória de rua. O CFESS esteve presente, representado pela conselheira Lucia Lopes. Saiba o que foi discutido


Dia Mundial de Serviço Social

Veja a mensagem da Federação Internacional de Trabalhadores Sociais
O Dia Mundial do Serviço Social, instituído pela Federação Internacional de Trabalhadores Sociais (FITS), é celebrado sempre na terceira terça-feira de março. "É a oportunidade anual para todas as organizações de Serviço Social darem visibilidade ao papel significativo do Trabalho Social e dos/as trabalhadores/as em todo mundo", diz o site da FITS neste 20 de março, afirmando que assistentes sociais de todo o mundo são pautados pelos princípios da justiça social e direitos humanos. Veja a mensagem completa


CFESS na estrada: agora na Paraíba e no Rio Grande do Norte

CRESS recebem visitas e debatem estratégias para o fortalecimento do Conjunto
Em prosseguimento aos encontros com as diretorias dos CRESS e Seccionais, o Conselho Federal foi até João Pessoa (PB) e Natal (RN), para discutir os principais desafios dos regionais e construir estratégias de ação, em conjunto com a gestão do CFESS Tempo de Luta e Resistência. As reuniões ocorreram de 16 a 19 de março. Leia a matéria na íntegra




CFESS debate o direito à cidade com movimentos sociais

Conselho Federal participa do Encontro Nacional do Fórum da Reforma Urbana
O Conselho Federal marcou presença no Encontro Nacional do Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU) nos dias 15, 16 e 17 de março, em São Paulo (SP), com a participação da assistente social Tânia Diniz, que é representante do CFESS no FNRU. O evento foi organizado pela coordenação do Fórum e ocorre a cada dois anos, reunindo movimentos sociais e diferentes sujeitos políticos para debater sobre o direito à cidade. Confira



Vem aí o 6º Congresso Nacional de Serviço Social em Saúde
CFESS estará presente no evento, em São José dos Campos (SP), em abril
De 11 a 13 de abril, a USP, a UNESP e a Unicamp realizarão o 6º Congresso Nacional de Serviço Social em Saúde (CONASSS), em São José dos Campos (SP). O evento, que terá a participação do CFESS, abordará temáticas como "movimentos sociais e controle social na saúde", "saúde mental", "serviço social e seguridade social", "desafios da intervenção profissional na perspectiva de direitos humanos", entre outros. Veja como participar


Conselho Federal de Serviço Social - CFESS
Gestão Tempo de Luta e Resistência – 2011/2014
Comissão de Comunicação